CONFERÊNCIA DOS RELIGIOSOS DO BRASIL
ENCONTRO NACIONAL DE RELIGIOSOS IRMÃOS
BELO HORIZONTE DE 03 A 06 DE JUNHO DE 2010
O encontro Nacional de Religiosos Irmãos teve como tema: “A identidade de Religiosos Leigos em diálogo”. Este, acontecido em Belo Horizonte – MG, na casa de encontros são José, foi um momento rico e expressivo da vida religiosa leiga masculina no Brasil. O encontro contou com a participação de 95 irmãos de 30 Congregações. Estiveram presentes a presidente da CRB Nacional, ir. Máriam Ambrósio, DP, e D. Leonardo Steiner, OFM, bispo de são Félix do Araguaia, e referência para a vida religiosa no Brasil.
Alguns pontos resultantes das reflexões
-Nós irmãos temos uma vocação completa e original.
- Nos adequamos à igreja povo de Deus.
- Nossa identidade de irmãos se constrói no confronto com o diferente.
- As irmãs nos ajudam a sermos irmãos.
- Temos convicção de que somos todos irmãos.
- As Congregações nasceram pela percepção daqueles que não eram atendidos. Os pastores se contentavam apenas com aqueles que faziam parte da paróquia.
- A vocação do irmão se aproxima com a do leigo.
- Temos que nos cuidar da nossa oração e assumir nossa missionariedade.
- A vocação do Irmão é viva e atuante. Basta notar a grande presença de jovens na Vida Religiosa.
- Temos que nos cuidar da nossa oração e assumir nossa missionariedade.
- A vocação do Irmão é viva e atuante. Basta notar a grande presença de jovens na Vida Religiosa.
- Nunca explicar o Irmão pelo que ele não é.
- A necessidade de aprofundar o sentido teológico da vida do irmão.
- Maior integração e preparação para o serviço.
- Intercongregacionalidade dos irmãos.
- Materiais vocacionais que apresentem a vocação do irmão.
- Novos papéis dos irmãos na sociedade contemporânea.
- Está na hora de sairmos do anonimato e tornar a vocação do irmão conhecida.
- Os índios, os negros estão despertando para a vocação de irmão.
- Os irmãos precisam ocupar seu espaço.
- Temos que olhar a nossa raiz. Olhar nosso ponto de partida.
- Maior presença do Irmão na CRB.
- É necessário que os irmãos escrevam mais sobre eles.
- Encontro nacional de dois em dois anos.
- É necessário que os irmãos escrevam mais sobre eles.
- Encontro nacional de dois em dois anos.
- Criar equipe de reflexão sobre a vocação do irmão.
- Fazer uso da internet para tornar o irmão mais visível.
- A CRB regional articule momento com os formandos irmãos.
- Há escassez de livro que fale de Irmãos.
- Levar às Congregações o que foi discutido neste encontro.
- Os irmãos precisam integrar-se no meio juvenil.
Um momento marcante do encontro foram os painéis. O primeiro foi feito de partilhas dos próprios irmãos que atuam nos diversos meios: na inserção, na educação, na comunicação, nos novos modelos de comunidades, junto a CRB nacional.
Como se falava sobre identidade viu-se que é importante ouvir o que os outros te a dizer sobre esta expressão vocacional na vida religiosa. Foi convidado um padre, duas irmãs e uma jovem da pastoral da juventude para dizerem como vêem os irmãos. E o que disseram foi o seguinte:
- O irmão é homem de oração tão necessária para os nossos dias.
- O irmão é aquele homem que vive o encantamento da sua vocação. (na fala da jovem)
- Os irmãos precisam avançar mais nas águas profundas.
- A Vida Religiosa pode perder a sua meta caso os irmãos insistam no comodismo.
- O irmão é alguém livre, dedicado, não prezo a instituição.
- O irmão é testemunho fraterno, apaixonado por Jesus Cristo, transmite alegria no olhar.
- O irmão é alguém que assume com ternura a missão.
- O irmão é próximo, é acolhedor, é simples, humilde.
- O irmão gasta muita energia para conquistar seu espaço. O desgaste é inútil porque o espaço já é do irmão. A vida religiosa foi criada pelo irmão.
- A identidade do irmão é ser fraterno.
- O irmão precisa caminhar mais. Precisa ser mais presença.
- O irmão precisa ser mais ousado.
- O irmão precisa ter mais visibilidade, precisa escrever mais. Tem que ter uma teologia especifica.
- O irmão precisa mudar nossa teologia. É preciso que os irmãos reescrevam uma nova teologia que os contemple.
Houve ainda dois momentos de reflexão, um com uma iluminação no enfoque cristológico (bíblico – Ir. Afonso Murad, FMS) e o outro com enfoque eclesiológico (Fr. Vanildo Zugno, OFMcap).
Nas reflexões os assessores nos lembrava que os textos do antigo e novo Testamento falam do irmão. Inclusive Jesus chamava de irmãos os seus seguidores. “Os meus irmãos são os praticantes da palavra de Deus.”
- “os chefes das nações mandam, tiranizam, exploram, oprimem. Entre vocês não pode ser assim; quem quiser o primeiro seja o servidor de todos.”
- Todos vocês são irmãos.
- Jesus o primeiro entre os irmãos.
- Jesus, nosso irmão, aponta para uma nova pedagogia do Reino.
- Jesus, nosso irmão, convida a seguir um novo caminho.
- Jesus cura as feridas da sociedade, abertas pelo egoísmo.
- Jesus nos ensina a ser irmãos.
- Ser irmão é ser filho no filho de Deus Pai.
Dentro de uma Igreja que assimilou toda a dinâmica do capitalismo onde a pessoa vale pelo tanto que produz, onde há disputa pelo primeiro lugar, onde há ciúme e inveja daqueles que sobressaem; dentro desse modelo de Igreja o irmão nunca será reconhecido e contado. Do inicio da Igreja até hoje, o único a reconhecer os irmãos foi Jesus Cristo. Tanto reconheceu que escolheu conviver numa comunidade de irmãos e quis que no seu grupo, não tivesse mandante e nem mandado, explorador nem explorado. Nessa comunidade quis que todos tivessem os mesmos direitos e os mesmos deveres e que não houvesse maior e nem menor. Ele quis que, na sua comunidade só tivesse lugar para irmãos.
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